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15 agosto 2006

...o estado ampliado de consciência

Há milênios o ser humano sabe, por experiência, que os “estados ampliados de consciência” são naturalmente geradores de conhecimentos próprios e genuínos, de dádivas criativas e muito desejadas, e por isso vem incessantemente investigando e experimentando diversos métodos para gerar esses estados criativos, noéticos e numinosos. Intuímos, através do imaginário ou a partir da memória de uma experiência pessoal _ um dia de claridade no seio da natureza, um estado extático vivenciado na infância _ que existem estados de melhor desempenho, estados de qualidade superior. Essa intuição pode motivar uma busca, acenando um caminho evolutivo.

Dois impulsos essenciais motivam e determinam a busca de estados ampliados de consciência:

1 - de um lado o desejo de encontrar remédio para o sentimento de desintegração e mal-estar existencial típico;

2 - do outro a manifestação de um impulso pro-ativo em busca de êxtase, da realização da nossa unicidade, do júbilo, da glória.

Tentar fazer da vida uma experiência mais significativa e lúcida, mais bela, mais alegre e jubilosa, mais amorosa, mais prazerosa e inteira é uma das motivações básicas do ser humano.

Elementos subjetivos, como idéias criativas, artes, imagens, visões e metáforas, sensações novas, serenidade e harmonia, bem estar, o conjunto das virtudes geradoras de felicidade, são tão atrativos e prazerosos para a humanidade quanto os recursos físicos necessários à sustentação material, do corpo.

Ser humano não implica apenas o esforço para prover a sustentação e manutenção do organismo e da vida, porém igualmente o desenvolvimento e progresso mental, a evolução num sentido amplo, a realização espiritual ou incorporação da criatividade.

Ao longo da História inúmeras técnicas já foram experimentadas para gerar estados ampliados de consciência. Elementos como cantos, danças, jejuns e dietas específicas, provas físicas exaustivas, flagelações, estresse emocional prolongado, privações sensoriais ou de sono, estados emocionais induzidos por relaxamento ou pelo uso efetivo da surpresa (hipnose), meditação, concentração intensiva, orações e mantras, músicas, danças e ritmos, respirações especiais, sexualidade, contemplação, foram e continuam sendo usados por diversas culturas, seitas e praticantes isolados.

Outras tecnologias, como plantas e gases psicoativos contendo diversos alcalóides _ substâncias capazes de interagir com os receptores neuronais _ foram e continuam sendo largamente usados na forma de fumos, chás e poções. Cogumelos, ervas, plantas e raízes diversas são usados para tais finalidades em quase todas as culturas. Elementos psicoativos, psicodélicos, são apenas instrumentos úteis para chegar a esses estados e experiências, e do ponto de vista médico não são mais censuráveis de que outros.

Quando a humanidade do terceiro milênio será finalmente capaz de adequar os seus sentimentos e experiências aos novos paradigmas da ciência moderna? Como esse antigo sentimento de isolamento e separação poderá ser superado? Precisamos entender e sentir com urgência que não somos forasteiros no universo, que não fomos lançados neste planeta por capricho divino, que não viemos de fora, que não chegamos como pássaros migratórios para passar um tempo em terras alheias; crescemos neste mundo como as plantas, as flores e as frutas.

Alan Watt (tradução livre).

artigo na íntegra...

http://www.anna.i5.com.br/estados%20de%20consci%EAncia.doc

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