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02 julho 2006

BIODIVERSIDADE
A SACRALIDADE DA FLORESTA
E A CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA

Trechos da Monografia de Fabrício C.G. da Vinha, engenheiro florestal, UNB, davinha1@yahoo.com
Publicado em
http://br.geocites.com/arcadauniao/index.htm


O homem com seu gênio inquieto, que indaga e tenta desvendar as facetas do mundo natural, buscou conhecer a floresta em suas minúcias. Porém, ela se afigura como um universo: impossível de ser conhecida por um único homem e com meandros tão obscuros que poderiam se enquadrar como mágicos.

Expedições de várias partes do mundo se aventuraram pelas mais diversas florestas do globo. Nenhuma conseguiu trazer a descrição completa deste ambiente. Ainda hoje espécies novas são descobertas, tanto animais quanto vegetais, e não se pode dizer que a lista de novidades se esgotou.

Cientistas das mais diversas áreas vêem florestas como um imenso laboratório. Coletam as substâncias produzidas pelos vegetais como se estivessem na busca da pedra filosofal. Acreditam que nestas seivas, óleos, resinas, etc., podem estar a cura para diversos males orgânicos do homem. Um dos aspectos negativos desta incursão é a motivação destas indústrias que nem sempre é filantrópica e dá abertura para a biopirataria.

Mesmo com muita tecnologia e conhecimento científico, o homem não conseguiu conhecer todos os segredos das plantas e necessita da ajuda dos silvícolas para seus estudos. Estes simples habitantes, apenas com sua relação íntima com a floresta e muita naturalidade conseguiam extrair remédios para suas tribos. Nas divisões das castas indígenas aparece a figura do pajé.
Dos vários povos rústicos que se tem conhecimento, em poucos não há a presença de um feiticeiro ou xamã. Esta classe de homens era conhecedora de mistérios da natureza e tinham poderes de cura. Algumas doenças, para eles, não eram de causas naturais; originavam-se no mundo dos espíritos. E para curar estas doenças psíquicas (e as naturais) os índios utilizavam métodos para alterar suas consciências (que também proporcionavam suas visões místicas).

Antigos são os veículos que o Homo sapiens vem utilizando para alcançar estágios alterados de consciência. Este tipo de transe buscado por diversas tradições, possui diversos mecanismos endógenos para sua manifestação: oração, mantras, meditação, jejuns, vigília, mortificação, exercícios corporais, respiração, entre outros. Estas práticas buscam um contato com a realidade espiritual. Mas os xamãs possuem um meio exógeno para alcançar o êxtase: plantas e substâncias que produzem alterações de consciência (ZULUAGA, 2002).

A própria mitologia da “Árvore da Vida” já remetia-se á existência de um licor especial que dela era extraído: o soma, haoma ou amrita -bebida da imortalidade (GUÉNON, 1962). O soma também era uma bebida da antiga Índia, originada no céu, e comparava-se com a ambrosia dos gregos (BLAVATSKY, 1892). Não existe certeza quanto ao nome das espécies utilizadas na preparação do soma, devido à extinção desta expressão cultural dos antigos hindus, mas segundo Forlong (1964) e Blavatsky (1892) elas podem ser: Asclepias acida ou Sarcostoma viminales.

Muitas plantas foram (e algumas ainda são) usadas em rituais de natureza xamânica. Um dos autores que contribuiu para mostrar este mundo foi Carlos Castaneda. No seu livro “Erva do Diabo” ele conta suas experiências com um índio mexicano, Dom Juan, que lhe ministrou o peiote (Lophophora williansii) a datura (Datura inoxia) e um cogumelo (possivelmente o Psilobe mexicana). Segundo este autor “[...] Desde antes do seu contato com os europeus, os índios americanos já conheciam as propriedades alucinógenas destas três plantas. Devido as suas propriedades, elas tem sido vastamente empregadas para o prazer, para curas, para feitiçaria e para atingir estados de Êxtase” (CASTANEDA, 1997).

Seguem-se alguns exemplos de outras plantas que eram utilizadas para fins medicinais e espirituais:
MAIS...
http://www.anna.i5.com.br/ARTIGO%20AS%20FLORESTAS%20E%20O%20SAGRADO.doc

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