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27 julho 2006

AYAHUASCA
PODER VEGETAL
Núcleo de Vivência e Pesquisa
Ayahuasca e Biodiversidade
Arte e Filosofia

Cerimônias e Oficinas



'Poder Vegetal Núcleo de Vivência e Pesquisa . Ayahuasca e Biodiversidade' propõe-se à Pesquisa (investigação, conhecimento, informação) e à Vivência( experimentação, síntese) da Ayahuasca _como agente de concentração mental expansor das capacidades cognitivas, emocionais e espirituais_ e da Natureza _ como mentora e modelo, na cultura da unicidade.


Fundamenta-se no Humanismo, buscando o despertar de condições internas libertadoras, que favoreçam a expressão autônoma do ser, de modo a que ele seja plenamente o que pode ser a partir de seu potencial interior único e exclusivo, agindo sobre o mundo de forma criativa, em harmonia e equilíbrio com o sistema ao qual está integrado como ser.


Utiliza ritualisticamente a comunhão da Ayahuasca, tendo sua prática centrada na experiência pessoal, onde as evidências são encontradas em cada um para serem processadas e sintetizadas no trabalho original (único) de cada um sobre si mesmo. Cada um é o líder espiritual que pode encontrar em si mesmo.


Utiliza em suas cerimônias o bailado, a concentração, os cantos e as chamadas de poder intuitivas.


Promove a Arte e a Filosofia, estimulando a intuição e o sentimento tanto quanto a análise lógica, o exercício da razão e da síntese.

As atividades são desenvolvidas em Quatro Barras, Região Metropolitana de Curitiba, Paraná.


contatos

pv@podervegetal.com

aya@ayahuasca.pro.br











curitiba paraná brasil



AYAHUASCA
'O DIVINO IMEDIATO'


· Compreender a divindade não como algo externo, fora do alcance, impenetrável, oculta acima, nas arquibancadas do cosmos, agindo como uma lei ditada e dotada de força de algum modo separável ou mutável, que se comunica e se revela seletivamente através de eleitos ou enviados (profetas, avatares...)

· Mas, o divino imediato, um deus que está totalmente no mundo tanto quando em nosso sangue, em nossas moléculas, na água, no ar: esse deus que está no corpo humano e universal. Mais ainda: que é o nosso corpo, que é o corpo universal, que corresponde exatamente ao universo como um todo incluindo os seus mistérios.

· Lembrando que o que é fora do alcance, além dos limites da razão ou/e da percepção, é simplesmente declarado desconhecido. Desconhecido de modo provisório, ou então incognoscível: o que não se conhece, e nem mesmo se pode conhecer como ser humano, não pode evidentemente suportar certezas formais nem convicções.

O PANTEÍSTA . uma auto-apresentação

· não dogmatizo essa ou aquela escritura; sinto-me empírico cético e agnóstico;

· raciocino até onde e no que posso, respeitando e aceitando os limites da razão e da intuição que me são próprias; confio mais na capacidade do intelecto filosófico e sensível: além disso, permaneço em silêncio, em busca de eutimia: advogo apenas ser, para mim, sagrada _ no sentido de inspirar muito respeito e profunda admiração(*) _ a natureza, o sol, a lua, as estrelas, a terra e todos os seres;

· professando esse panteísmo, procuro cultivar as virtudes cardeais dos antigos; confio e demonstro algum grau de firmeza no que posso, mas não alimento nem cultivo nenhuma fé dissociada de alguma razão ou desatrelada de algum entendimento empírico;

· para mim, o finalismo do fenômeno existencial é a glória possível do presente momento; vejo o ser, a natureza, como absoluto; não entendo o universo ou natureza como algo a serviço do ser humano ou de idéias, de teleologia;

· não me sinto banido de alguma instância metafísica; sinto-me em casa aqui mesmo nesse planeta, nessa floresta, nessas campinas, tanto quanto um lagarto ou uma águia: só quero me salvar dos meus medos e da minha rudeza, das minhas ilusões e patologias se houver: quero me tornar mais suave, mais humano e ponderado;

· possuo um senso interior e adulto, forjado no ato perene do existir, apto a diferenciar a coerência e ocorrências fortuitas do real das construções míticas;

· após tantos séculos de experiência agregada, nem mesmo acredito na superioridade universal das minhas idéias e conclusões: eu sou aberto a mudanças e sincretismos, de acordo com o crivo da razão filosófica;

· confio, com prudência, na capacidade do ser humano em gerar virtude e benevolência naturalmente e por si mesmo, na experiência e nos atritos do convívio;

· quando necessário, oro e medito, pedindo a mim mesmo o que necessito; estudo e leio filosofia e até mesmo trechos de escrituras: esperando encontrar algumas frases e conceitos aptos a auxiliar a virtude do meu viver;

· percebo e entendo a intuição como sendo uma conversa do ser consigo mesmo; um fenômeno natural e humano, uma conversa criativa com o seu próprio gênio;

· considero sagradas (*) as escrituras dos filósofos, dos autores e poetas; as obras dos artistas, capazes de inspirar virtudes e coragem no ato de viver. Considero sagrado _ no sentido inspirativo_ e instrutivo o som do vento nas árvores, o cantar dos pássaros, o borbulhar da água, a imponência das montanhas, das nuvens, do céu, da lua, das estrelas e do sol.


Maravilhoso ver a si próprio como um realista, um arquiteto de projetos, um construtor pragmático, que pensa: “ora a natureza da alma é o potencial dos seres se atualizando em sentimentos, imaginação, pensamentos, idéias, palavras, atitudes, gestos e ações. A alma é o gênio da cria da natureza; a vida é a realidade como é, como pode ser, como poderia e deveria ser se arquitetada em projetos mais razoáveis”.


Portanto:
· “o caminho é agir a partir de si mesmo, na conferência própria dos ajuizamentos, e não tão só esperar com confiança ou fé.

· o caminho é experimentar, tomar rumo, revisar as coordenadas, enfrentar as decepções, reformular e tentar com todo o gênio.

· um dia, eventualmente, aprendendo a agir e dizer ‘sim’ e ‘não’ quando é para dizer sim e não sem se confundir;

· aprendendo a permanecer em silêncio reverente quando necessário;

· exercitando paciência e aceitação: então, o que está sendo, devagar, passará a ser o que deveria.

· mas agora e sempre, o que está sendo é o que pode ser, mas sempre mudando em função de que se pratica e cultiva num grau a ser empiricamente conferido.”


Tendo a ética eco-humanista universal como uma práxis diretora e fundamental, de ação continuada, este homem autêntico sabe que tudo depende da vontade:
* de querer anuir contente com a sua existência;
* de querer conviver com a comunidade, querer se integrar e participar;
* de querer cultivar esse gênio humano filosófico e revelar essa vontade atuante e inteligente, apta a transcender as circunstancias;

Isto é uma vontade, um poder e uma aptidão para dizer sim: sim a essa práxis diretora; sim às virtudes; sim à vida; sim à amizade.


O processo 'pentagonal' da Ayahuasca

A Ayahuasca contribui neste processo de consciência e pode oferecer uma experiência ‘pentagonal’, onde cada uma das pétalas da flor mística representa uma das facetas da experiência. Uma experiência que poderá acontecer ou não na dependência dos contextos cognitivos e da qualidade da busca dos indivíduos.

(1) experiência psicossomática [de força e saúde]: caracterizada pelo surgimento na consciência de conteúdos pessoais novos, antes inconscientes ou pré-conscientes. Uma psicodinâmica curativa onde ab-reações e catarses são possíveis e positivas, permitindo reviver experiências armazenadas na memória com resolução de conflitos; um processo resultando em reavaliação da maneira de ser com tendência forte para o advento de mudanças positivas.

(2) experiência iluminadora [luz e consciência]: é a faceta cognitiva, dialética e noética, da experiência onde surge um conhecimento especifico caracterizado por intuições e pensamentos luminosos. Problemas são vistos de forma ampliada, as inter-relações entre os diversos níveis e dimensões são melhores captadas; surge uma visão e compreensão mais complexa, profunda, holística, eco-humanista.

(3) experiência estética [beleza e harmonia]: é a faceta artística e criativa da experiência, arte maior, onde a coordenação e intensificação do sistema sensorial permitem o afloramento de sinestesias – a natureza pulsa com beleza, brilho, poder e vida. Novas formas e harmonias se revelam; a música se faz ouvir com toda a sua alma - a imaginação transborda de imagens e produções nunca vistas abrindo a consciência para o belo, o bem e o bom.

(4) experiência afetiva [amor e compaixão]: uma intuitiva, palpitante resposta na presença da realidade instala um profundo senso de sagrado com sentimentos de reverência e integração libertadora. Sentimentos contendo elementos de júbilo, paz e amor intensos se manifestam, abrindo na região toráxica algo como a sensação de uma flor desabrochando e emanando sensações benévolas; um intenso sentimento curativo e balsâmico se instala despertando amor pela natureza em geral, pelos seres, pelas pessoas: o amor se revela.

(5) experiência mística [união e transcendência]: unidade: uma vivência de união profunda onde o senso do "eu" se dissolve (a consciência e a memória não se perde), o sujeito se torna consciente da sua dimensão maior; ele se sente integrado à totalidade, um só; transcendência: o tempo e o espaço, o sujeito e os objetos se vivenciam e percebem além da tridimensionalidade; um conjunto infinitivo de força, luz e beleza resplandecente; mistério: inefável, a experiência está além do poder das palavras, essencialmente indizível, podendo, contudo, ser sugerida, apontada pela arte. Os paradoxos lógicos se reconciliam; os indivíduos podem se sentir finitos e infinitos, limitados e ilimitados num tempo só. os mistérios da vida, da existência, da consciência se evidenciam de maneira indizível.

“Que a junção de doutrinas formalmente encorajando a expressão e realização de níveis mais elevados de virtude, inclinando à prática do bem; junto com o uso ritualístico desse chá amazonense possa contribuir na construção de um templo divino-universal apto a impulsionar um processo civilizacional mais forte e saudável; luminoso e consciente; belo e harmonioso; amoroso e unido. Assim possa ser.”


trechos do texto " COR DOCTRINALE DA CONSCIÊNCIA DO DIVINO IMEDIATO" , de Regis Alain Barbier

02 julho 2006

BIODIVERSIDADE
A SACRALIDADE DA FLORESTA
E A CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA

Trechos da Monografia de Fabrício C.G. da Vinha, engenheiro florestal, UNB, davinha1@yahoo.com
Publicado em
http://br.geocites.com/arcadauniao/index.htm


O homem com seu gênio inquieto, que indaga e tenta desvendar as facetas do mundo natural, buscou conhecer a floresta em suas minúcias. Porém, ela se afigura como um universo: impossível de ser conhecida por um único homem e com meandros tão obscuros que poderiam se enquadrar como mágicos.

Expedições de várias partes do mundo se aventuraram pelas mais diversas florestas do globo. Nenhuma conseguiu trazer a descrição completa deste ambiente. Ainda hoje espécies novas são descobertas, tanto animais quanto vegetais, e não se pode dizer que a lista de novidades se esgotou.

Cientistas das mais diversas áreas vêem florestas como um imenso laboratório. Coletam as substâncias produzidas pelos vegetais como se estivessem na busca da pedra filosofal. Acreditam que nestas seivas, óleos, resinas, etc., podem estar a cura para diversos males orgânicos do homem. Um dos aspectos negativos desta incursão é a motivação destas indústrias que nem sempre é filantrópica e dá abertura para a biopirataria.

Mesmo com muita tecnologia e conhecimento científico, o homem não conseguiu conhecer todos os segredos das plantas e necessita da ajuda dos silvícolas para seus estudos. Estes simples habitantes, apenas com sua relação íntima com a floresta e muita naturalidade conseguiam extrair remédios para suas tribos. Nas divisões das castas indígenas aparece a figura do pajé.
Dos vários povos rústicos que se tem conhecimento, em poucos não há a presença de um feiticeiro ou xamã. Esta classe de homens era conhecedora de mistérios da natureza e tinham poderes de cura. Algumas doenças, para eles, não eram de causas naturais; originavam-se no mundo dos espíritos. E para curar estas doenças psíquicas (e as naturais) os índios utilizavam métodos para alterar suas consciências (que também proporcionavam suas visões místicas).

Antigos são os veículos que o Homo sapiens vem utilizando para alcançar estágios alterados de consciência. Este tipo de transe buscado por diversas tradições, possui diversos mecanismos endógenos para sua manifestação: oração, mantras, meditação, jejuns, vigília, mortificação, exercícios corporais, respiração, entre outros. Estas práticas buscam um contato com a realidade espiritual. Mas os xamãs possuem um meio exógeno para alcançar o êxtase: plantas e substâncias que produzem alterações de consciência (ZULUAGA, 2002).

A própria mitologia da “Árvore da Vida” já remetia-se á existência de um licor especial que dela era extraído: o soma, haoma ou amrita -bebida da imortalidade (GUÉNON, 1962). O soma também era uma bebida da antiga Índia, originada no céu, e comparava-se com a ambrosia dos gregos (BLAVATSKY, 1892). Não existe certeza quanto ao nome das espécies utilizadas na preparação do soma, devido à extinção desta expressão cultural dos antigos hindus, mas segundo Forlong (1964) e Blavatsky (1892) elas podem ser: Asclepias acida ou Sarcostoma viminales.

Muitas plantas foram (e algumas ainda são) usadas em rituais de natureza xamânica. Um dos autores que contribuiu para mostrar este mundo foi Carlos Castaneda. No seu livro “Erva do Diabo” ele conta suas experiências com um índio mexicano, Dom Juan, que lhe ministrou o peiote (Lophophora williansii) a datura (Datura inoxia) e um cogumelo (possivelmente o Psilobe mexicana). Segundo este autor “[...] Desde antes do seu contato com os europeus, os índios americanos já conheciam as propriedades alucinógenas destas três plantas. Devido as suas propriedades, elas tem sido vastamente empregadas para o prazer, para curas, para feitiçaria e para atingir estados de Êxtase” (CASTANEDA, 1997).

Seguem-se alguns exemplos de outras plantas que eram utilizadas para fins medicinais e espirituais:
MAIS...
http://www.anna.i5.com.br/ARTIGO%20AS%20FLORESTAS%20E%20O%20SAGRADO.doc

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