pI

24 outubro 2009

TEORIA DA NOVIDADE . Terence McKenna
A Teoria da Novidade está diretamente relacionada ao fluxo de “novidade” (informação) e “hábito” (entropia) no universo representado pela Onda-Fractal do Tempo no Timewave Zero. O “fluxo de novidade” evidencia ressonâncias como a criatividade, produtividade, conectividade, evolução e o “fluxo de hábito”, conduz à convenção, rotina, declínio, degradação, a entropia. Sendo virtualmente informação, o universo está em constante transformação em um complexo sistema que busca livrar-se do declínio representado pela entropia. Neste processo está envolvida toda História do Universo, em todas as escalas como o físico, químico, biológico, cultural, quântico e espiritual. Segundo a teoria, este processo está acelerando cada vez mais para um possível ponto de singularidade, em que todo o universo se transformaria em informação (seu meta-dados que o explicam por inteiro) ou, sob um ponto de vista geométrico, todos os pontos estariam interconectados. Na leitura da Onda-Fractal do Timewave Zero, Terence McKenna descobriu em sua estrutura padrões de novidade e hábito que ele relacionou a fatos e momentos históricos e ao próprio fluxo de ressonâncias registradas na Onda-Fractal.



Para a Teoria da Novidade, o fluxo de novidade e o fluxo de hábito estão relacionados ao estado e fluxo de Informação através do Tempo, esteja ela em seu estado "dinâmico", por meio da Novidade ou "estático", pelo Hábito. Nesta teoria tudo é Informação, seja ela matéria, energia ou elementos tais como ação e reação ou acontecimentos históricos.

HÁBITO E NOVIDADE . Terence McKenna





TEORIA DA NOVIDADE . Terence McKenna





TIMEWAVE . Terence McKenna

08 setembro 2009

SALAS DE CURA
O que são e para que instalá-las em sua residência?
Ouça os áudios www.arquiteturaorganica.com.br

Nestes tempos... 3’12
“Como pode o individuo manter a sua sanidade física, mental e emocional, nestes tempos acelerados de informação e tecnologia?"

As Salas de Cura...4’23
Uma zona de estabilidade onde o individuo é convidado a conectar-se consigo mesmo, diariamente, distanciando-se, temporariamente, do caótico envolvimento com os estímulos do mundo."

A evolução nos programas arquitetônicos das residências . Transhumanismo . Ubiquitous City (U-City)...6’26
“Um novo ser”... talvez biônico, ciborg, transhumano...
“Novas Cidades e ambientes”... ambientes ubíquos, onde toda tecnologia de informação está aplicada e todos os sistemas estão interligados.
“Novas funções e novas relações” ... surge a necessidade de criação das salas de auto-cura_ um espaço de trégua para o indivíduo, uma espécie de ‘armadura sensorial’ para minorar os impactos e estímulos sensoriais excessivos do meio ambiente.

Como podem ser estas salas de cura?...3'30
“Uma zona de estabilidade”... Ambientes serenos e tranqüilos que se contraponham à ameaça da superestimulação, dos elevados índices de transitoriedade, diversidade, novidade e ao desgaste das tomadas de decisão contínuas.

Uma experiência...4'32
“Criar mentalmente sua Sala de Cura”...e centrado no aqui e agora permitir que a sua vida esteja viva, que a consciência perceba melhor a si e a suas circunstâncias, para melhor agir sobre elas.

12 abril 2009

CONTATOS
poder.vegetal@hotmail.com

19 fevereiro 2008

Entrevista do Físico Amit Goswami

Autor do livro "O UNIVERSO AUTOCONSCIENTE -Como a consciência cria o mundo material”, Amit Goswami diz:

..."É o observador que converte as ondas de possibilidades, os objetos quânticos, em eventos e objetos reais. Essa idéia de que a consciência é um produto do cérebro nos cria paradoxos. Em vez disso, cresceu a idéia de que é a consciência que também é causal. Assim, cresceu a idéia da causalidade descendente. Eu diria que a revolução que a Física Quântica trouxe, com três conceitos revolucionários, movimento descontínuo, interconectividade não-localizada e, finalmente, somando-se ao conceito de causalidade ascendente da ciência newtoniana normal, o conceito de causalidade descendente, a consciência escolhendo entre as possibilidades, o evento real. Esses são os três conceitos revolucionários. Então, se houver causalidade descendente, se pudermos identificar essa causalidade descendente como algo que está acima da visão materialista do mundo, então Deus tem um ponto de entrada. Agora sabemos como Deus, se quiser, a consciência, interage com o mundo: através da escolha das possibilidades quânticas."

Veja a entrevista ao Programa Roda Viva da TV Cultura:
http://docs.google.com/View?docid=dhhzmgvt_2fkpb9rgq

04 novembro 2007

UNIVERSOS PARALELOS .
TEORIA M

A Teoria-M é uma teoria que unifica as cinco diferentes Teorias das cordas. Essa teoria diz que tudo, matéria e campo, é formada por membranas, e que o universo flui através de 11 dimensões. Teriamos então 3 dimensões espaciais (altura, largura, comprimento), 1 temporal (tempo) e 7 dimensões recurvadas, sendo a estas atribuidas outras propriedades, como massa e carga elétrica.


07 julho 2007

HARMONIA
(Monica Aiub)

Quando buscamos o significado da palavra harmonia no dicionário, encontramos alguns significados, tais como: "combinação de elementos diferentes e individualizados, mas ligados por uma relação de pertinência que produz uma sensação agradável e de prazer; ausência de conflitos; conformidade, concordância". Na música, conjunto de sons relacionados, de acordo com uma ordem estabelecida. Nas artes plásticas, proporção de cores ou formas. O que podemos observar em comum entre essas definições é o fato de diferentes elementos relacionarem-se de maneira a produzir um "todo".

“A justa proporção entre as partes que compõem o todo”. Cada parte fazendo o que lhe cabe, na sua proporção. Não demais, nem de menos, mas na justa proporção.

Nos dicionários especializados de filosofia o verbete diz respeito às especificidades da harmonia pitagórica ou da harmonia pré-estabelecida de Leibniz. De modo mais abrangente, o Dicionário de Filosofia de N. Abbagnano define-a como "ordem ou disposição finalista das partes de um todo".

"Nosso desafio está em re-inventar constantemente nossos modos de vida.
Harmonia, equilíbrio, saúde são agora construídos por nós, constantemente re-inventados.”

A idéia de uma disposição finalista das partes de um todo remonta a idéia de um universo previamente organizado, com leis que o regem. Disposições harmônicas dizem respeito a disposições que refletem essas leis, essa organização natural. Por isso, uma das características do pensamento antigo é a necessidade de conhecimento da natureza, das leis do universo, para a aquisição de um estado de equilíbrio, para atingir a harmonia.

Buscando a gênese do conceito, nos deparamos com o momento histórico anterior ao surgimento da filosofia, no qual imperava o conhecimento mítico que fundamentava as questões humanas na vontade e na intervenção direta dos deuses. Explicar o mundo significava recorrer aos mitos, às narrativas de deuses e heróis capazes de intervir na natureza e na vida humana. A harmonia era um estado atingido através de rituais ou magia que restituíam ao humano e à natureza a necessária ligação com os deuses: origem e razão de tudo o que é, enfim, uma ordem, uma disposição finalista.

A atitude iniciada e desenvolvida pela filosofia pré-socrática, que consistia em observar a natureza e a realidade, em procurar explicações justificadas em relações causais para os fenômenos naturais, criando teorias que fossem racionalmente explicadas e compreendidas, modificou o conceito de harmonia, de equilíbrio, que agora, ao invés de ser procurado na ligação com os deuses, passou a ser buscado no conhecimento da natureza. "Proporção ou mescla dos elementos corpóreos" era o conceito de harmonia dos pitagóricos. Novamente, uma disposição finalista para ordenar elementos, mas, desta vez, encontrada na natureza.

Esse novo olhar propiciou o surgimento dessa mesma atitude na medicina grega, conferindo-lhe um caráter de observação da natureza e da realidade do doente. Esse caráter levou a uma visão organicista da saúde, que compreende o todo e a conexão necessária entre as partes: corpo, mente, sociedade, natureza em harmonia. A saúde consiste, então, nas relações equilibradas entre as partes que constituem o todo. Assim, uma natureza desequilibrada ou uma sociedade doente pode gerar "desequilíbrios" ou "doenças" no ser humano, tanto quanto um desequilíbrio em uma parte do corpo pode trazer prejuízos ao todo do corpo.

O método proposto por Hipócrates (pai da medicina grega) para o cuidado consistia no conhecimento da natureza humana e na distinção da individualidade. O conhecimento do todo (elementos da natureza, da região, da organização social, dos hábitos) permitiria o conhecimento da parte e suas relações com o todo, buscando a saúde e o equilíbrio necessários a cada indivíduo. Permanece a ordem finalista encontrada a partir do estudo da natureza.

Em Das Epidemias, Hipócrates afirma que "O esforço físico é alimento para os membros e para os músculos, o sono o é para as entranhas. Pensar é para o Homem o passeio da alma". O exercício, do corpo e da alma, seria o caminho para a manutenção da saúde, a profilaxia para a manutenção e aperfeiçoamento do equilíbrio natural. Se o pensar é o exercício da alma, tendo como objetivo o equilíbrio natural, o cuidado é necessário antes mesmo da manifestação de uma enfermidade. Daí a necessidade constante de uma dieta adequada, considerando dieta não apenas a organização dos alimentos, mas todo um modo de vida, incluindo as relações humanas, o exercício do pensar e o diálogo. Assim, a manutenção da saúde integral - corpo, alma, sociedade e natureza - é encontrada através do equilíbrio, da harmonia.

Na Modernidade, corpo, alma, natureza e sociedade passam a ser tratados como fenômenos isolados, estudados e abordados de maneira dissociada. O dualismo mente-corpo e o método analítico, a cisão natureza e cultura, a teoria do corpo isolado, o conceito de homem-máquina contribuíram para a formação de uma concepção fragmentada do universo. Essa concepção reflete-se nas questões humanas, na organização social, nos processos educacionais, no cuidado com a saúde.

No que se refere à saúde, o ser humano é cindido, sendo o corpo é separado dos demais aspectos, analisado em partes e, nelas, identificadas as possíveis patologias. O foco torna-se a patologia e a parte do corpo à qual está associada, em detrimento do todo do corpo e das demais dimensões presentes na compreensão integral do ser humano. Com isso, o médico que antes se dedicava muito mais à prevenção, à profilaxia do que à cura, ocupa a maior parte de seu tempo tratando doenças já estabelecidas.

O conhecimento das circunstâncias, do ambiente, dos ventos, águas e regiões, dos hábitos, da organização familiar e social é deixado em segundo plano, e a investigação via exames laboratoriais é priorizada. Pesquisa-se o corpo isolado, seccionado, observam-se variáveis, criam-se leis que explicam, por meio de uma suposta relação causa e efeito, sinais e sintomas. O tratamento é generalizado e as características individuais são negligenciadas.

A filosofia, pouco a pouco, caracteriza-se como uma reflexão conceitual e não assume mais a função de cuidado, prevenção, equilíbrio e saúde do humano em todas as suas dimensões. Ainda há uma ordem finalista que é priorizada e permite a generalização, mas onde encontrá-la? No sujeito cartesiano, na racionalidade e na ciência, universais e necessários. Rapidamente, com o desenvolvimento da sociedade capitalista, essa lógica desencadeia uma ordem pautada no mercado e no lucro.

As questões suscitadas ou geradas pelos constantes avanços e especializações da ciência, pelo resultado de uma medicina cujo foco é a doença ao invés do humano, pela construção de formas de vida que seccionam o humano, pela excessiva valorização do mercado e do lucro fizeram necessária a busca de uma nova ordem, sobretudo no âmbito da ética.

"A manutenção da saúde integral - corpo, alma, sociedade e natureza -
é encontrada através do equilíbrio, da harmonia".

A Organização Mundial da Saúde (OMS) conceitua saúde como "'não simplesmente ausência de doença ou enfermidade', mas como 'um estado de completo bem-estar físico, mental e social'" (OMS, 2001: 17), resgatando a concepção de saúde integral da Antigüidade Clássica.

Diante das novas maneiras de viver e cuidar da humanidade, decorrentes dos avanços tecnológicos e do crescimento demográfico, as situações que envolvem a vida humana e do planeta tornaram necessárias novas abordagens. É preciso pensar numa ecosofia (GUATTARI, 1997) que contemple as dimensões do ambiente, das relações sociais e da subjetividade, ao invés de priorizar o mercado e o lucro. A função terapêutica e profilática da filosofia se atualiza: o exercício físico e a alimentação equilibrada são tão necessários à manutenção da saúde e à prevenção, quanto o exercício do pensar, compreendido em seu sentido grego-clássico de exercício filosófico enquanto cuidado, prevenção, equilíbrio e saúde do ser humano.

A idéia de uma ordem finalista externa (deuses, natureza) que nos oriente no sentido da harmonia, do equilíbrio e da saúde desfez-se juntamente com a "crise da razão". Diante disso, ao mesmo tempo em que tendemos a buscar desesperadamente essa ordem fora de nós, compreendemos que ela se estabelece a partir de nossas relações conosco, com o mundo, com os outros; compreendemos que ela é construída por nós. Temos uma natureza, mas não há uma forma "natural", única, de se viver. Nosso desafio está em re-inventar constantemente nossos modos de vida. Harmonia, equilíbrio, saúde são agora construídos por nós, constantemente re-inventados.

O que queremos construir: desemprego, marginalidade, solidão, angústia, desrespeito, dor ou cultura, arte, criação, pesquisa, sensibilidade, solidariedade, bem-estar? Como são os modos de vida que inventamos? Qual o sistema de valor que utilizamos para orientar a construção de nossos modos de vida? O que é harmonia e como encontrá-la?

As respostas a essas questões cabem muito mais a cada um de nós do que a uma "estrutura", uma "cúpula do poder". Deixo então algumas provocações de Felix Guattari, que pretendeu em seu pequeno ensaio As três ecologias, tolher a falta de graça e a passividade, como um exemplo de meios minúsculos, de ações individuais, que podem trazer grandes contribuições para a re-invenção de nossos modos de ser:

"Já sublinhei que é cada vez menos legítimo que as retribuições financeiras e de prestígio das atividades humanas socialmente reconhecidas sejam reguladas apenas por um mercado fundado no lucro. Outros sistemas de valor deveriam ser levados em conta (a 'rentabilidade' social, estética, os valores de desejo, etc). (...) Novas 'bolsas' de valores, novas deliberações coletivas dando chance aos empreendimentos os mais individuais, os mais singulares, os mais dissensuais, são convocados a emergir - se apoiando, particularmente, em meios de concertamento telemáticos e informáticos. A noção de interesse coletivo deveria ser ampliada a empreendimentos que a curto prazo não trazem "proveito" a ninguém, mas a longo prazo são portadores de enriquecimento processual para o conjunto da humanidade. É o conjunto do futura da pesquisa fundamental e da arte que está aqui em causa" (1997: 50-52).

Referências bibliográficas
HIPÓCRATES. Conhecer, cuidar, amar: o Juramento e outros textos. Apresentadae anotada por Jean Salem. São Paulo: Landy, 2002.
GUATTARI, F. As três ecologias. Campinas: Papirus, 1997.
OMS. Relatório sobre a saúde no mundo: Saúde Mental: nova concepção, nova esperança. 2001. Disponível em http://www.ccs.saude.gov.br

10 junho 2007

Resumo: O USO DA AYAHUASCA em âmbitos 'espiritualistas apriorísticos' e 'em âmbitos ritualisticos empíricos'
Régis Alain Barbier

1. O uso da AYAHUASCA em ‘âmbitos espiritualistas apriorísticos’

Se refere ao uso consultivo sobrenaturalista em busca de contato com entidades tidas como sobrenaturais; ou ainda ao uso religioso sincrético moderno.

Implica alguma forma de hierarquismo e sobrenaturalismo. Aos personagens como xamãs ou mestres fundadores são atribuídos talentos de natureza ritual, mágico-religiosa. Essa revelação ou mediunidade se faz no intuito de realizar curas espirituais, do corpo e da alma, em busca de saúde, harmonia ou salvação.

Nesse âmbito espiritualista existe uma diferença essencial entre, de um lado, as figuras dos xamãs e mestres fundadores de cultos, e, do outro, a dos consulentes ou discípulos. Aos xamãs consulentes e mestres fundadores se creditam poderes extraordinários e, às vezes, uma natureza essencial especialíssima: como a peculiaridade de serem enviados, vindo de outro plano existencial, a serviço da vontade divina, em missão salvadora para guiar e atender as entidades do plano inferior ou ‘de baixo’.

Nessas diversas estruturas ritualísticas apriorísticas, o chá ayahuasca é considerado um veículo capaz de estabelecer um estado de ligação entre os discípulos locados no astral inferior e as entidades ou forças iluminadoras do astral superior. Esse efeito veicular, contudo, apenas aconteceria quando o chá fosse: 1) ingerido ou comungado – para uns até mesmo ‘preparado’ - com a necessária orientação e ritos; 2) e ainda de acordo com o dito ‘merecimento’ de cada um.

A ORIENTAÇÃO DOS TRABALHOS: DIRETIVA

A orientação pode ser de dois modos: orientação diretiva especial e orientação diretiva geral.

orientação diretiva especial

é uma supervisão mais ‘direta’, isto é ocorrendo na orientação pessoal e específica de um mestre talentoso. Talentoso por duas razões: 1) porque formado ou iniciado nos ritos e mistérios conectivos [ou, ao menos, em contato espiritual e ritualístico com um mestre fundador desencarnado e entendido como capaz de estabelecer essa ligação]; 2) por ter aptidão moral e congruidade própria suficiente para estimular e exortar os discípulos no sentido de galgar a ética necessária à recepção de tal merecimento.

orientação diretiva geral

é mais indireta i.e se estabelecendo na força mesmo da estrutura ritualística definida por uma linha tradicional ou (e) ensinada, determinada, no passado por um reconhecido mestre fundador. Nesse caso o direcionamento pode ser operar na forma de orações - preces e ladainhas – proferidas e cantadas em comum, de acordo com um modelo, ou forma geral predefinida.

ESTRATÉGIA DA PRÁTICA

· o embasamento é essencialmente teológico
· o adepto comprometa-se a aceitar e optar por se dirigido de acordo com a palavra ou orientação categórica das escrituras, ou dos mestres fundadores ou xamãs: compartilhando um sistema de crença, embasado em tradição e ideologia, num ato de confiança e fé.
· tende-se em busca do sobrenatural através do ritual (e uso do chá místico no âmbito das religiosidades usuárias de ayahuasca).
· opta-se pela escuta idealística i.e imbuir-se da idéia de um sujeito-transcendente, entendido como alma ou espírito, movido por objetivos codificados em mandamentos revelados.
· dá-se preferência aos dogmas das doutrinas, sempre predominando, sobre as inferências dos aportes sensoriais mais imediatos tidos como fundamentalmente incertos e muitas vezes ilusórios.

.......................................................................................................................................................................

Nesse sistema de crença e fé, o estabelecimento ou re-estabelecimento e manutenção da ligação entre os encarnados locados no astral inferior e as entidades ou forças iluminadoras ligadas ao astral superior (‘astral’ é expressão típica dos movimentos ayahuasqueiros) torna-se um dever sagrado compartilhado por mestres e discípulos. Os mestres e responsáveis comprometidos no dever de estabelecer e manter em atividade um âmbito religioso próprio e adequado a essa ligação; os discípulos comprometidos no dever de afirmar presença, colaborar, contribuir eficazmente e praticamente no sustento dessa consecução.

Tanto o estimulo doutrinário, exortando a boa conduta moral e social adequada ao acúmulo do merecimento necessário a um contato positivo e feliz entre os planos; quanto a freqüência ao templo e uso ritualístico do chá - como veículo regendo a realização mística desse contato - devem acontecer com regularidade e constância, ao longo de um período de vida suficiente; se possível a vida toda.

A eficácia do ritual, como guardião simbólico da porta entre os planos, se realiza no estabelecimento da ligação mística e no acesso à escuta da doutrina em condições entendidas como idéias. A finalidade se concretiza pela prática constante: a fieldade é necessária ao acúmulo final e manutenção do merecimento essencial à salvação escatológica: i.e ao destino final do espírito cuja missão é se reintegrar ao plano original no além.

::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::

2. O uso da AYAHUASCA em ‘âmbitos ritualistas empíricos’

Se refere ao uso igualmente em meios ritualísticos, embora de natureza mais filosófica do que teológica, investigando a compreensão e apreensão das virtudes e valores éticos, mas removendo os teleologismos(explicação dos seres pelos fins a que aparentemente são destinados) dogmáticos e sobrenaturais; ou deixando essas extrapolações sem definições (agnosticismo).

O uso da Ayahuasca num âmbito espiritualista empirista não se fundamenta na crença de que possa haver conhecimento espiritual proveniente originalmente de fora do âmbito da experiência humana, possível em geral, e natural.

Recusa-se (ou na hipótese de existirem, desconsidera-se) a existência de tais princípios esotéricos e divinos como ponto de partida de uma busca.

Não se creditam razões superiores e divinais em si, no sentido de determinismos puramente sobrenaturais ou supranaturais, oriundos de uma instancia superior. Entende-se que todas as doutrinas foram ultimamente ditadas por alguém. O âmbito espiritualista empirista implica alguma forma de monismo naturalista: uma ausência de hierarquismo essencial ou sobrenaturalismo.

Nesse âmbito espiritualista empírico, os personagens equivalentes aos xamãs ou mestres fundadores das abordagens espiritualistas apriorísticas não são entendidos como portadores de talentos mágico-religiosos; nem tampouco se atribuem tais talentos [nem os ‘revelam’ - no caso de existirem].

Em geral, esses fundadores de movimentos éticos orientadores da ação humana, podem ser reconhecidos e aceitos como indivíduos possuidores de habilidades específicas: como serem capazes de motivar e influenciar pessoas a refletir profundamente; a se por em relação de integridade e coerência com elas mesmas; no sentido de evoluir de acordo com uma escolha livre e consciente de valores éticos: no intuito de realizar em si mesmo, por si mesmo, estados melhores de bem estar, de cura psicossomática, de harmonia ou eutimia (sossêgo de espírito).

Nas estruturas ritualísticas empíricas, o chá ayahuasca é considerado um agente facilitador; um amplificador de perceptividade, por permitir a instalação de um transe fenomenológico capaz - de acordo com a intenção dos usuários e praticantes - de estabelecer um estado de consciência ampliado permitindo uma forma de iluminação: no sentido de galgar-se mais autonomia e maioridade nas suas opções existências, escolhas e necessidade de superações.

Não se considera existir uma diferença essencial, de natureza espiritual, entre, de um lado, as figuras dos xamãs ou mestres fundadores de cultos, e, do outro, a dos demais integrantes dos movimentos.

ORIENTAÇÃO DOS TRABALHOS: ATIVA NÃO DIRETIVA

A orientação dos trabalhos pode ser dita ativa, mas não diretiva. Isso porque:
1) é facilitada e estimulada pelo contexto aonde os integrantes concordam em cumprir os rituais de abertura, andamento e fechamento; predispondo-se a aplicar a vontade própria na busca de mais domínio ético;
2) ingerindo o chá psicoativo de acordo com o controle e vontade própria: isso, tanto em termo de freqüência de uso quanto em relação à escolha da quantidade a ser ingerida.
3) cada participante é considerado como capaz de pôr-se em contato com o mistério mais profundo do estado de ser e de ter aptidão de sustentar um padrão de conduta ética resultante de uma escolha e decisão madura, inteligente e consciente. A orientação ativa não diretiva opera na forma de meditação e contemplação buscando um encontro profundo consigo mesmo, com a natureza e com o outro; estudos temáticos; diálogos coordenados ou reflexões espontâneas; atividade simbólica e ritualística. Na pratica, a orientação ativa não diretiva ocorre através de uma conjunção desses diversos fatores, de acordo com a vontade e os acordos deliberados dos participantes.

ESTRATÉGIA DA PRÁTICA:

· Na prática espiritualista e ritualista empirista, o embasamento filosófico predomina e supera o embasamento teológico negando distinção apriorística, dogmática (irracional), entre um plano ontológico absoluto - tido como sobrenatural - e a natureza.
· Entende-se, antes de tudo, de uma certa forma e num plano mais profundo, que existe ‘o ser se auto-observando’.
· não existe uma profunda distinção entre natural e sobrenatural [negando-se o sobrenatural como absoluto]; não existe uma distinção profunda entre o sujeito e o objeto; nem tampouco uma distinção profunda entre o intelecto racional e sensível.
· não se almeja vir a existir num futuro indefinido fora do plano concreto e planetário: tenta-se contribuir para fazer dele o que deveria ser à luz da melhor razão natural e escolhas.

........................................................................................................................................................................

Em geral, não há, na prática espiritualista e ritualista empirista, dificuldades ontológicas ou naturais extraordinárias impedindo sobremaneira a instalação de um sentimento profundo de união em seu ser com a natureza: nega-se a possibilidade de se conhecer a existência de um plano sobrenatural; todos já bem sabem o que é ‘ser humano’ por experiência própria e imediata.

Não se almeja existir fora do plano existencial onde se nasce e surge: tenta-se contribuir para fazer da existência como já se manifesta o que se imagina que deveria ser à luz de uma ética naturalmente razoável.

Tentando começar por si mesmo: estudando a ‘relação’ consigo mesmo, ou mais exatamente a qualidade do ‘estar consigo’ em primeiro lugar. Depois a relação com o próximo - os familiares e os que diretamente convivem; com os colegas; com as pessoas em gerais; com a natureza: sempre em busca de uma maior aceitação, harmonia, e satisfação conjunta.

O fator determinante é a inteligência de reconhecer que na situação existencial real (a impermanência e fluidez de todas as coisas) a melhor opção e certamente zelar, enquanto a vida perdura, por uma convivência e relação sensata – equilibrada; cordata; respeitosa e pacifica - com todos os seres.

A sessão psicofísica com a substância psicoativa é um meio para visitar um estado inabitual e surpreendente de percepção e consciência, construindo uma ampliação referencial e existencial [cujo valor só pode ser julgado diretamente e por cada um] servindo de aporto suplementar, de enriquecimento experiencial, a partir de onde se empreende exames renovados e enriquecidos, mais lúcidos, da situação e vivencia atual, reavaliando-se principalmente:
1) suas próprias crenças, refletidas em imagens, símbolos e insights;
2) os seus comportamentos, reações, processos e dificuldades de adaptações;
3) os critérios e os valores da sua axiologia ética;
4) as suas atitudes e hábitos.

Todas essas aprendizagens permanecem como conhecimento adquirido por experiencia própria, modificando genericamente todas as relações no sentido de ampliar os valores em termos mais inclusivos e perspectivas mais profundas; na direção de maior harmonia e tolerância.

Esse aspeto cognitivo positivo, bem sentido, somado a um comprometimento definido de acordo com uma escolha livre e consciente de valores éticos, permite a instalação de uma aceitação e reconhecimento mais profundo e sereno dos seus próprios talentos e limites; o surgimento um estado de ser mais completo e assentado, mais satisfatório.

CONSIDERAÇÕES CONCLUSIVAS

Enquanto que o adepto das formas apriorísticas de religiosidades necessita aprender as virtudes teológicas como a obediência, a confiança, a fé, a esperança, caridade e constância; o adepto das formas empiristas necessita aprender a gerar outras e antigas virtudes.

Nesse caso, trata-se antes de tudo de ‘irradiar sentido’ em vez de buscá-lo - ou no mesmo compasso: é necessário se fortalecer e firmar; adquirir confiança e saber buscar inspiração, criatividade, força - matéria prima espiritual -, para gerar sentido a cada dia, nas relações: sempre renovando. Faz parte da prática empirista chegar o tempo de saber quando parar de estar em ‘estado de busca’ entrando-se em ‘estado de ser’, simplesmente. Apesar de sempre possíveis aportes novos e de natureza conjunturais, referentes às elaborações criativas de momentos específicos atravessados na vida, o rumo básico, a estrutura ética fundamental resultante de uma escolha profunda: essa deve ser burilada de momento a momento.

Em ambos os casos, tanto na religiosidade apriorística quanto empirista, trata-se de uma prática diária, de uma superação, e não essencialmente da apreciação – agradável ou não – de um estado privilegiado de ampliação da consciência à luz do chá psicoativo.



PODER VEGETAL realiza seus trabalhos num âmbito ritualista empirista . poder.vegetal@hotmail.com

Reflexões sobre O PODER DE SER HUMANO extraído do texto COMO A FILOSOFIA PODE AUXILIAR NA EDUCAÇÃO

Regis Barbier . Março 2007

  • A espécie humana é dotada, pela natureza evolutiva, de:
    1) boa disposição de observação em todos os canais sensoriais;
    2) grande capacidade integrações de estímulos;
    3) extraordinária aptidão imitativa e criativa.

  • O saber mais fundamental que o homo sapiens necessita ter para se humanizar, isto é, para se realizar como ser humano, é, sem dúvida, ter a oportunidade de aprender a reconhecer-se como é, ser verdadeiramente respeitado na sua qualidade de autonomia e criatividade.

  • Caminhar em busca de ser humano, ser de auto-conhecimento e de auto-determinação, é chegar a pôr-se no lugar de ser responsável por si mesmo:
    1) ciente da sua natureza (ser de autonomia, liberdade e responsabilidade);
    2) ciente das suas atitudes, comportamentos, sentimentos, pensamentos;
    3) em contato com os seus talentos únicos, específicos e peculiares.

  • Educar não é podar, ou treinar para um fim apontado por autoridade, tradições, conceitos antigos, determinações consensuais, políticas, etc.: isso seria 'inducar'.

  • Educar é puxar e alimentar o que vem de si. É ensinar um começo, um princípio; é auxiliar o aluno a entrar em contato consigo mesmo; com a sua origem e natureza, com o mistério de ser: estar ciente e atuante no mundo.

  • Educar é essencialmente amparar o aluno a pôr-se ativamente no lugar criativo de eterno aprendiz. Evocar uma curiosidade aberta, disposta a desafiar todos os conceitos em terreno de igualdade, respeito, amizade e confiança.

  • A habilidade suprema de ser humano é 'ser humano' simplesmente. Não é ser um 'ideal'; ou um 'mecanismo instintivo'; ou ainda um 'boneco de barro' na mão de algum deus afastado, ausente, genioso, incompreensível e essencialmente diverso em natureza, talento e estado de ser.

  • Trata-se de se tornar sapiente e hábil em si, e per si, como ser humano. Um ser de luz, sombra e escuridão; como a natureza. Um filho(a) do sol, da luz, das estrelas, do dia e da noite, do espaço-tempo. Um ser capaz e hábil para reconhecer em si todos os potenciais - para guerra, para paz, para a alegria criativa ou o fundamentalismo mais sisudo e rígido: isto é de 'bem ser' e de 'mal ser'. Um ser capaz - querendo - de escolher ser bom porque ciente e bem (auto) educado para reconhecer e entender que ser bom é bom.

  • Viver o mistério de ser portador de vida: de ser força ativa, inteligente, sensível e experimentadora; em busca de afirmação, entendimento, reconhecimento, respeito e felicidade.

  • Procurar ser bom e feliz é o melhor que se pode ser no estado de ser humano pertencente a um mundo aonde tudo se transforma, refaz e recria; tudo surge para se dissolver e ressurgir de outras formas totalmente diversas, mas da mesma arquitetura.

  • Que o caminho mais reto, a única via para realmente formar-se um 'ser humano', é ensinar que o essencial não se pode ensinar, mas de si mesmo apreender.

  • Cada um nasce depositante creditado de mais de quinze bilhões de anos de experiências naturais; além das qualidades recebidas na cultura, cada um poderá, procurando, buscando, encontrar e conectar com a herança de muitos povos e nações, com a sabedoria de muitos filósofos.

  • Cada um deverá se confrontar com escolhas. Uma delas - talvez das mais importantes - será: ir além das suas tradições, superar e enriquecer o que foi dado e aprendido como se fosse por osmose, ou não.

  • Isto é, ser portador de um archote de luz viva e nova; carregado por si, na sua mão viva e humana; ou então veiculo passivo de imagens e representações frias desenhadas por outros, em outros tempos, com outras palavras, outras classificações: antigos planos conceituais, agora incompreensíveis, ilógicos, mitificados, mal adaptados, desencarnados, como seres de outras épocas e tempo.

  • O enquadramento adequado à aprendizagem de ser humano é o circulo; num círculo não se pode colocar gente demais, massificar, diametralmente afastando os integrantes tendentes a se tornar menos visíveis, inaudíveis. No círculo todos são iguais, sabedores de que compartilham a mesma origem e destino, a mesma natureza, os mesmos ciclos vitais; a vida se aprecia como é inteiramente, nas proporções adequadas; na geometria universal das esferas. O mundo é um circulo, o horizonte também: às vezes não se sabe se a experiência vem antes dos conceitos ou se os conceitos determinam a experiência. Todos são portadores da mesma complexidade, forjada na mesma universal herança e duração; todos merecem o mesmo profundo respeito, o mesmo direito de compartilhar o que é igualmente dado pela natureza aonde o sol brilha para todos; aonde a terra não é de ninguém, mas tudo possui.

  • A filosofia pode auxiliar a entender que 'ser humano' é ser abertura impar e infinita de saber, jorrando e perfazendo através de si a graça da natureza. Que 'ser' é graça à natureza e 'humano' é por si só; bem querendo.

  • Natureza humana é conjunção livre de imperativos categóricos, porque é conjunção inteligente! E junção de um estado de 'ser' e de uma 'natureza'; de ato e coisa; de verbo e objeto.

  • Ensinar que 'ser humano' é uma sociedade indissolúvel entre a natureza cósmica e o ser: e que ser humano é bom, belo e bem. Educar só pode ser feito apoiado na filosofia verdadeira que demonstra que a escala humana é o que mais convém ao ser humano.

  • Que 'ser natureza' é reconhecer-se sem fantasias redutoras, é aceitar-se com gratidão, e ver que como natureza podemos ser benevolentes ou malvados, que escolhendo ser bom é bom, ser mal é mal. Que nesse lugar aonde todos se alimentam de todos, aonde nossos corpos e cinzas hão de alimentar os seres que nos nutrem, ser prudente, comedido, modesto, corajoso, justo, temperado e amoroso, é simplesmente 'naturalmente inteligente'.

09 junho 2007

SOMA
ANARQUISMO e ECOLOGIA


O mundo vive um momento de impasse diante das ameaças ao meio ambiente. Os países capitalistas promovem encontros, assinam tratados e levantam a bandeira da ecologia. Mas os resultados são frustrantes, não se consegue chegar a um acordo que pare com a destruição da Natureza. Os interesses econômicos desses países impedem medidas efetivas e a conclusão é que as intenções de salvar o planeta nunca vão sair do papel.

A ecologia dos capitalistas é uma farsa. Tentar preservar o meio ambiente sem mexer nas estruturas autoritárias da sociedade que geram a destruição não passa de uma grande mentira para anular a força do movimento ecológico. A verdadeira ecologia só pode ser realizada trabalhando sobre causas da depredação dos recursos naturais. A ecologia ambiental não existe sem a ecologia social. O homem só vai respeitar o meio ambiente se aprender a respeitar o próprio homem. A ética que destrói a Natureza é a mesma que justifica a dominação social, a exploração do homem pelo homem.

O sistema capitalista não consegue encontrar uma saída para os problemas ambientais porque, para isso, teria que mudar sua ética, baseada no lucro e no poder autoritário. Isto é a essência da economia de mercado: para acumular riquezas, tudo é permitido, roubar, explorar e até destruir o meio ambiente. O capitalismo caminha para o suicídio, mas não vai conseguir evitá-lo sem decretar a sua própria falência.

A morte do socialismo autoritário tornou o capitalismo hegemônico no mundo. Ele está instalado em todas as instituições, nos partidos e nos sindicatos, nas famílias e nas escolas. É impossível ter esperança de liberdade e justiça social se insistirmos em combater o capitalismo dentro destas instituições tradicionais que estão a seu serviço, legitimando-o e perpetuando-o.

A ecologia social, portanto, luta contra a sociedade burguesa fora dos padrões convencionais de fazer política. As relações sociais vão ser mais ecológicas através de uma transformação prática no cotidiano das pessoas e na formação prática no cotidiano das pessoas e na mudança dos valores do homem moderno. A revolução tem que deixar o lugar comum dos discursos políticos para virar realidade nas relações interpessoais, trocando a ética capitalista por uma outra ética.

A ética anarquista, baseada na autonomia individual e na solidariedade coletiva, é a única possibilidade de se chegar a uma sociedade ecológica. Essa nova ética só vai existir no meio social quando também existir em cada indivíduo. Estamos falando da ecologia subjetiva, aquela que se preocupa com o indivíduo: o ser humano está sendo destruído pela neurose que o consome, o padroniza e o faz distanciar-se de seu papel biológico e natural. Fazer ecologia subjetiva, então, é desenvolver práticas específicas que venham a modificar, reinventar maneiras de ser nas relações de amor entre as pessoas na família, na convivência social, no trabalho, procurando satisfazer as pulsões vitais em equilíbrio com o meio ambiente.

Assim, as três ecologias (ambiental, social e subjetiva) reúnem-se num processo em que os indivíduos buscam tornar-se a um só tempo mais solidários e cada vez mais diferentes entre si. Dentro dessa visão de ecologia, o Anarquismo deixou de ser utopia ideológica para ser necessidade biológica na preservação da espécie humana. Agora, ficou mais clara a relação direta entre Anarquismo, Ecologia e Soma.

A Soma utiliza os princípios anarquistas com um objetivo ecológico. Nosso trabalho é pelo conhecimento real e completo do próprio corpo e suas espontâneas pulsões de desejo. Isto acontece na busca de novas formas de relacionamento afetivo e sexual e no desbloqueio dos potencias criativos e de originalidade única, como ser pessoal e social. A Soma quer o desenvolvimento da competência para uma vida e produção marginais em relação ao sistema autoritário em que vivemos. Temos que aprender a força e o prazer da invenção de modos de vida comunitária de caráter libertário e autogestivo. É assim que acreditamos estar trabalhando pela implantação de uma sociedade anarquista, no plano da ecologia subjetiva, conseguindo resultados revolucionários na ecologia social e, conseqüentemente, na ambiental.

Fazer Soma é descobrir o futuro. Sabemos hoje, graças a avançados estudos, que dos 100.000 genes que compõe o código genético geral humano, referentes aos nossos potênciais orgânicos e funcionais, apenas 10% estão sendo utilizados. Os restantes 90% parecem adormecidos, ou seja, ainda não conseguimos decifrar suas funções potenciais a serviço de nossa vida como espécie e como pessoa. Isso nos dá a esperança de que uma mutação genética e cultural está em andamento, transformando o homem com a finalidade de melhor adaptá-lo ao meio ambiente. Esses mutantes são herdeiros do futuro, os responsáveis pela construção da nova sociedade.

Os verdadeiros revolucionários, por que amantes da liberdade e apaixonados pela utopia, já estão entre nós. E é para eles, os mutantes, que oferecemos a Soma. Nós o chamamos de coiotes.

Somaterapia. Roberto Freire . março 1997

18 abril 2007

AYAHUASCA
PODER VEGETAL Núcleo de Vivência e Pesquisa
Ayahuasca e Biodiversidade

Cerimônias de comunhão da Ayahuasca
Filosofia Eco-Humanista, Naturalista, Panteísta
Bailado e Canto de Chamadas
"cada ser humano é entendido como a peça central das suas próprias duvidas e incertezas, e compete a cada um organizar, erigir e balizar significados. ninguém pode conhecer, cogitar, para o outro. o posicionamento de cada um frente aos ditames da cultura e das proposições do real, o direcionamento das respostas, as configurações decorrentes, isso é, a busca do individuo é própria, de cada um; é a verdade de cada um."(Barbier)
atividades desenvolvidas em Quatro Barras, Região Metropolitana de Curitiba, Paraná.

Site Meter