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26 março 2006

PODER VEGETAL
Núcleo de Vivência e Pesquisa

Ayahuasca e Biodiversidade
Arte e Filosofia
Cerimônias Ritualísticas & Oficinas
Consideramos importante contribuição em nossas pesquisas, os fundamentos definidos pela Sociedade Panteísta Ayahuasca. www.panhuasca.org.br
Agradecemos a autorização para sua reprodução, gentilmente concedida pelo seu presidente Sr. Regis Alain Barbier.

natureza personificada

“Para o indivíduo, o estado de Ser panteísta se revela na contradição mesmo da sua inscrição no fenômeno existir. De um lado (1) ele certamente se sente um indivíduo apto para escolher o seu caminho de acordo com suas prioridades e preferências, mas do outro (2) ele sabe que não criou a si mesmo, que ele se estrutura e inscreve dentro de uma linha de herança genética, no seio de processos biológicos, culturais e familiares aonde vem sendo poderosamente influenciado por modelos: o seu temperamento, caráter, os seus potenciais são em grande parte definidos por um processo além e superando o seu controle.

Despertando como Ser nesse processo, entrando em sintonia, anuindo, com esse movimento existencial, ele percebe ser um só com a cibernética generativa da natureza: o Ser é natureza personificada em ação.

Nesse processo o Ser se depara com situações duais, ambivalentes, tendências existenciais paradoxais, onde há, no ato de existir, coisas percebidas como sendo agradáveis, ou satisfatórias, e coisas desagradáveis ou insatisfatórias; supera esse sentimento enfrentando com coragem e proativamente o fenômeno existencial, abraçando a vida, reconhecendo a si mesmo como um momento criativo de um processo universal potencialmente ilimitado.

Assim escolhendo, colocar-se-á proativamente no ato de existir: passando a usufruir momento a momento da liberdade máxima do Ser: a de existir com gosto, prezando e zelando pela existência, optando por focalizar a sua atenção no processo, preenchendo esse momentum existencial da maneira que se percebe ser a mais sensata, gratificante e interessante para si e para o sistema como um todo, de acordo com o melhor entendimento disponível.”

o desenho de uma missão existencial

“Uma vez percebendo-se como Ser atuante, movido pelas próprias escolhas, historicidade e natureza, o indivíduo poderá optar e decidir inscrever com prudência e respeito mais criatividade no sistema societário no qual se encontra mergulhado – mais ainda no caso de percebê-lo no momento, no seu parecer, desequilibrado por excesso de conservadorismo; i.é. motivado excessivamente pelo lado “sustentar e manter” do comando existencial.

Assim procedendo, poderá sentir estar atuando de acordo com a sua experiência existencial, de acordo com a suas perspectivas e critérios, de acordo com o Paradoxo Existencial Fundante e duplo comando existencial (“crie e sustente”) cultivando a visão e a arte de estar em harmonia e equilibro com o sistema ao qual está integrado como Ser.”

a mão humana também é sagrada

“Assim procedendo, o individuo estará realizando o que chamo “a mão humana”, ou seja, cinco objetivos:
dois objetivos primários:
1) existir plenamente e com gosto;
2) criar;
encontrando nesses dois atos três coisas: 3) significado, 4) prazer e 5) liberdade.

Detalhando: (primeiro) existindo em harmonia; (segundo) dedicar-se a atuar, na escala existencial aonde aconteça e opera, na intenção de aportar mais criatividade, renovação e fluidez: a criar; (terceiro) procurando encontrar nos atos ponderados de existir e criar três elementos: (1) significado, (2) prazer e (3) liberdade: buscando cultivar uma existência prazerosa, criativa, significativa e livre.
(1) Significado como sentido existencial e propósito ao cultivar a visão e a arte de estar em harmonia com o equilibro do sistema;
(2) prazer como sentimentos de bem estar e satisfação: o mesmo hedonismo encontrado na prática e cultura do espírito dos filósofos da estirpe dos epicuros e
(3) liberdade como sendo um processo criativo escolhido e auto definido.

Defino esse processo motivado em busca de uma existência prazerosa, criativa, significativa e livre como sendo um modo de ser panteísta.”

a reação panteísta

“Talvez o mais sensato fosse viver sabiamente aceitando a incognoscibilidade da causa essencial; contentar-se com o sentido apenas relativo e interno das coisas; viver um projeto eco-humanista sem maior pretensão; receber as possibilidades e limites existenciais e filosóficos que nos são próprios sem tecer fantasias reativas. Não se deixar fascinar por saídas metafísicas vãs e incertas; trilhar um caminho singular mais adaptado às necessidades do momento: aproveitar o tempo da melhor maneira possível de acordo com a suas inclinações, a partir de uma intenção amistosa e de respeito ao outro e ao seu espaço. Praticar a tolerância, a ponderação, a previdência (as virtudes) para não ter de sofrer mais do que o necessário nos rebotes da historia; usufruir os bons momentos plenamente e tentar superar os maus com o auxilio dos recursos da cultura filosófica e geral. Em resumo, tentar viver com a calma e a autoridade de um espírito sábio: sábio porque conhecedor da sua ignorância essencial.”

a unidade panteísta

“O panteísmo é uma filosofia espiritualista monista: isso significa que não há no panteísmo dicotomia ou dualismo espiritual; não há, para o panteísta como nas teorias xamanistas, dois “astrais” qualitativamente opostos, um “superior” e um “inferior”; existe um único evento – a realidade – apta a ser descrita como uma interação de instancias polares integrando uma unidade.

Não havendo dualismo metafísico, o panteísta realiza que já está na sua casa espiritual no seio da natureza tal como é: ele apenas busca a evolução e aprimoramento pessoal na procura de uma vida mais harmoniosa, apenas buscando viver melhor e mais sabiamente aqui e agora onde a vida se manifesta; tentando contribuir para a construção de uma cultura mais responsável e virtuosa.

Do ponto de vista do panteísmo, cada ser humano é entendido como a peça central das suas próprias duvidas e incertezas, e compete a cada um organizar, erigir e balizar significados. Ninguém pode conhecer, cogitar, para o outro. O posicionamento de cada um frente aos ditames da cultura e das proposições do real, o direcionamento das respostas, as configurações decorrentes, isso é, a busca do individuo é própria, de cada um; é a verdade de cada um.

Essa verdade, como a vida, é flexível e mutante, evolutiva e não pode ser confinada por teorias dogmáticas; nesse movimento, cada um deve ser, e é ultimamente, através das suas próprias escolhas ou falta de escolhas, a sua própria autoridade espiritual. Uma troca de idéias, debates, explorações amistosas de temas dentro de um espírito de igualdade e compartilhamento, onde ao mesmo tempo se aprende, recebe e escuta, mas também oferece, ensina e diz; tudo isso auxilia e reforça uma evolução responsável em busca de autonomia e liberdade, de escolhas.

O Ser – cada um de nós – já é uma expressão genuína da natureza à luz de uma cultura, de uma compreensão. Não pode haver e nem há no âmbito dessa compreensão naturalista (somos natureza), eco-humanista (tudo é interdependente) e panteísta (deus é o Universo), espaço para “intermediários” entre o Ser e a Natureza sendo os dois desde de já entendidos como integrando a divindade.”

a característica panteísta

“O panteísta não busca recompensa além dos benefícios imediatos de um cogitar mais claro e de uma busca ponderada num compasso confortável: para o panteísta, o Ser só necessita ser o que já é de maneira sempre mais consciente e dentro de uma intenção sempre renovada, mais aprimorada, clara e objetiva.”

a mística panteísta
“Para o panteísta a natureza como um todo é sagrada; uma simples flor na beira de um caminho pode subitamente se destacar no verde intenso da folhagem brilhando como uma pedra preciosa, elevando o Ser. A natureza, a flor no exemplo acima, chama por valores mais sutis; aponta na direção dos bons sentimentos e humores; é de fato um milagre de esplendor.

Uma flor, um pássaro, um rosto, um gesto, uma nuvem, a natureza por inteira carrega em si uma estética especial, uma perfeição, tanto na geometria das formas quanto na harmonia das cores e tons, assim como nas relações. A relação dessa flor com a folhagem adjacente induz e faz ressoar no Ser receptivo um estado de ânimo tendente na direção dessa mesma harmonia e perfeição: ao contemplar a harmonia da natureza, por contágio e mimetismo psíquico, explode um impulso do Ser em busca de harmonia, equilíbrio, ponderação, alegria, justiça e amor.”

ayahuasca

“Dentro de uma estrutura ritualística adequada, à luz dessa filosofia eco-humanista, naturalista e panteísta, o chá psicoativo Ayahuasca facilita o reconhecimento e a apreensão (a percepção, o sentir e a criação) dessa harmonia Universal, ampliando a faculdade de se depurar essa grandeza em virtude.

Uma diversidade de iniciativas que poderá abrir espaço para a mais efetiva integração do maior número de indivíduos aos mistérios da natureza, aumentando a conectividade do Ser com o seu meio, liberando mais criatividade e responsabilidade.”


AYAHUASCA
PODER VEGETAL
Núcleo de Vivência e Pesquisa
Ayahuasca e Biodiversidade
Arte e Filosofia
Cerimônias e Oficinas

'Poder Vegetal Núcleo de Vivência e Pesquisa . Ayahuasca e Biodiversidade' propõe-se à Pesquisa (investigação, conhecimento, informação) e à Vivência( experimentação, síntese) da Ayahuasca _como agente de concentração mental expansor das capacidades cognitivas, emocionais e espirituais_ e da Natureza _ como mentora e modelo, na cultura da unicidade.

Fundamenta-se no Humanismo, buscando o despertar de condições internas libertadoras, que favoreçam a expressão autônoma do ser, de modo a que ele seja plenamente o que pode ser a partir de seu potencial interior único e exclusivo, agindo sobre o mundo de forma criativa, em harmonia e equilíbrio com o sistema ao qual está integrado como ser.

Utiliza ritualisticamente a comunhão da Ayahuasca, tendo sua prática centrada na experiência pessoal, onde as evidências são encontradas em cada um para serem processadas e sintetizadas no trabalho original (único) de cada um sobre si mesmo. Cada um é o líder espiritual que pode encontrar em si mesmo.

Utiliza em suas cerimônias o bailado, a concentração, os cantos e as chamadas de poder intuitivas, a concentração.

Promove a Arte e a Filosofia, estimulando a intuição e o sentimento tanto quanto a análise lógica, o exercício da razão e da síntese.

As atividades são desenvolvidas em Quatro Barras, Região Metropolitana de Curitiba, Paraná.
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