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30 março 2006

AYAHUASCA Como Caminho Iniciático: Sinceridade e Coragem

A função de uma substância com a Ayahuasca é muitas vezes mal entendida. Muitos pensam que pelo fato de terem tido experiências maravilhosas, já obtiveram as respostas e foram de alguma maneira transformados. Em alguns aspectos foram, mas muitos descobrem a realidade de que existem muitas camadas de condicionamento e ignorância a separar a mente superficial do núcleo do ser.

A Ayahuasca e outras plantas instrutoras podem levar à transposição dessas barreiras permitindo o acesso à nossa essência, necessitando, contudo persistência e comprometimento no sentido de mudar e remover os velhos hábitos que tendem a reaparecer.

Muitos imaginam que a repetição da experiência irá manter um estado de lucidez e visão, de fato pode, mas freqüentemente, a mudança requer trabalho duro e esforço dedicado; algumas vezes a experiência transforma, outras vezes mostra o possível, aponta o caminho, a responsabilidade de implementar as mudanças nos pertence.

Para o investigador espiritual sério, assim como para os que buscam conhecimento verdadeiro, a característica mais importante é a honestidade. Isto significa a coragem para olhar para o que se apresenta no processo, pela habilidade de admitir as suas falhas quando se tornam aparentes e pela determinação de mudar os seus comportamentos em função do que se revela.

O contéudo e natureza das experiências que essa substância induz não são, portanto, produtos artificiais resultantes da sua interação farmacológica com o cérebro, mas expressões autênticas da psique que revela seu funcionamento e potenciais em níveis inacessíveis no estado ordinário de consciência.

Para aquele cuja intenção real é instalar uma transformação psico-espiritual, a Ayahuasca pode funcionar como catalisador natural a revelar e liberar intuições e conhecimentos oriundos das facetas mais elevadas do ser, permitindo o acesso a uma sabedoria fundamental relativa ao universo e à nossa posição como individuo.

O grande valor da Ayahuasca, trazidos à nossa atenção pelas sociedades indígenas, é que ela dissolve os limites da mente inconsciente; ela dá acessos aos conteúdos reprimidos e esquecidos. Ela possibilita o reconhecimento das configurações universais da psique, os arquétipos de humanidade, junto com um leque mais abrangente de conhecimentos e maneiras de conscientizar, até eventualmente a vivência dos diversos aspectos da união mística.”


fonte: www.panhuasca.org.br

26 março 2006

AYAHUASCA
Como Caminho Iniciático: Tolerância

“ Uma substância como a Ayahuasca oferece opções terapêuticas já que tende a dissolver a fragmentação e a compartimentagem interna, a revelar mecanismos de defesas diversos como “projeção”, “negação” ou “deslocamento”, possibilitando o esclarecimento dos sectarismos e pontos de vistos intransigentes.

Na medida em que o indivíduo consegue ver as coisas de uma maneira não distorcida, vendo claramente não apenas o seu passado mais também a presunção e cegueira da sua própria cultura e grupos de referencias, ele necessita, além de tolerar a decepção e o sofrimento, superar sentimentos de desamparo.

Nem sempre é fácil ter de ver e aceitar que não somos assim tão vítimas, mas sim responsáveis pelas nossas vidas; aceitar ser capaz, reconhecer o seu potencial e a responsabilidade que isso requer implica coragem e determinação. Podemos até recusar crer que fazemos jus a muita beleza e alegria, bem estar profundo, sem nada ter de pagar além de ser o que já se é; apenas sendo o que já somos.

O gerenciamento emocional produtivo dessa reavaliação, a reorganização psíquica, implica um grau suficiente de equilíbrio e bom senso para que se tomem atitudes judiciosas sem precipitações.”

fonte: www.panhuasca.org.br

AYAHUASCA
instrumento de auto-observação


A percepção, habitualmente embotada, permite apenas aprender e acessar uma fração distorcida de realidade; uma realidade revestida de projeções pessoais e pressuposições. A propriedade central dos “enteógenos” ou “psico-integradores” é com certeza levantar o véu, amplificando a experiência.

A Ayahuasca amplifica a capacidade psicossomática de responder a gradações mais sutis de estímulos além de muitas vezes integrar as diversas faculdades sensoriais em processos cinestésicos. Esse efeito de aumentar a capacidade de experienciar, de avaliar e apreciar por si mesmo, é central para a compreensão do seu significado.

Esta amplificação, como uma lupa, permite uma (re)visitação intensiva e absorta dos conteúdos mentais - recordações, idéias, fantasias, pensamentos, emoções, medos, esperanças, sensações em gerais. Na dependência da ética e valores morais atuais do indivíduo, além de influir na intensidade e no foco das percepções, a experiência pode motivar a re-significação dos conteúdos sendo observados. Valores morais e atitudes são revistas.

Aqui temos uma tecnologia que alterando a composição bioquímica do instrumento e dos meios de processamento da informação, permite a inativação temporária dos filtros culturais e psicodinâmicos que nos bastidores da mente agem determinando, formatando e hierarquizando, nossas experiências cotidianas.

Pode se de fato aprender muito, crescer e liberar energia psíquica revendo, transformando, eliminando, aceitando e se reconciliando com conteúdos incômodos.”
fonte: www.panhuasca.org.br

AYAHUASCA
como opção espiritual


“As plantas sagradas, como um remédio, podem nos auxiliar a conscientizar um senso ampliado de identidade, provendo o estímulo necessário para a superação do hábito de restringir a nossa consciência de "eu" ao mundo das abstrações ou ao dos desejos egóicos e pueris.

Com certeza, uma poção com a Ayahuasca, (assim como a seiva de outras plantas tradicionais e de uso ritualista), é capaz de proporcionar o auxílio que precisamos para redirecionar o nosso destino; orientar a humanidade em direção à realização do homo-sapiens verdadeiro: um ser ponderado, compreensivo, compassivo, tolerante, flexível e integrado.

O caminho dos vegetalistas, ou ayahuasqueiros, por ser mais intenso que muitas outras disciplinas, pode parecer de alguma maneira mais fácil por proporcionar um contato mais precoce e mais intenso com o numinoso. Tal contato pode inspirar compromisso e abrir as portas para mais força e criatividade, mais graça, para superar os conteúdos incômodos.

Certamente, com um investimento enorme de tempo e esforço, estas mesmas experiências podem ser obtidas pelos que dominam a ciência da meditação. Para investigadores cuja prática espiritual deve ser integrada com a necessidade de trabalhar e prover ao seu sustento, o uso adequado dessa tecnologia milenar pode tornar o processo da realização exeqüível. Para os que, mergulhados nessa nossa “sociedade de competitividade e consumo”, encontram o tempo para meditar essas experiências poderão vir a representar um salto qualitativo nas suas práticas.

Porém, a Ayahuasca não é um caminho para todos; substâncias psico-ativas não são pontes, ou atalhos, apenas vias mais rápidas. A escolha deve ser baseada no conhecimento amplo dos fatores envolvidos. Esclarecer-se requer a resolução de materiais e conflitos inconscientes; aqueles que aspiram a essa realização precisam avaliar a sua disposição e coragem, decidir o compasso e a intensidade com a qual desejam se encontrar com essa psicodinâmica, essa “purgação” ou purificação na linguagem dos adeptos da Ayahuasca.

A Ayahuasca revela que o conhecimento que temos do mundo, da existência, é um estado ou processo psicossomático. A experiência mística realiza a descrição cientifica da relação ecológica de todos os seres, do campo quântico e unificado; essa experiência implica desapego e transformação, isto é a drenagem do conceito de “ego”.

Se a nossa intenção é sincera, se temos coragem e generosidade o suficiente, então vale a pena estudar todas as técnicas úteis para a realização espiritual - a Ayahuasca, utilizada com motivação certa, habilidade e integridade, pode contribuir muito para o alívio do sofrimento, dando acesso à sabedoria e visão necessária para a união mística."

fonte: www.panhuasca.org.br

A INOCUIDADE DO CHÁ

Entre 1991 e 1993, a Universidade Federal de São Paulo (antiga Escola Paulista de Medicina), Universidade de Campinas, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Universidade do Amazonas, Instituto Nacional de Pesquisas Amazônicas (INPA), Universidade da Califórnia, Universidade de Miami, Universidade do Novo México e Universidade de Kuopio (Finlândia), foram convidados por iniciativa de uma das igrejas sincréticas Brasileiras, a UDV, para gerenciar uma pesquisa cientifica, intitulada "Farmacologia Humana da Hoasca, chá usado em contexto ritual no Brasil.”

A pesquisa foi articulada pela direção central do Centro de Estudos Médico-Científico da União do Vegetal, órgão interno da instituição, que reúne seus adeptos profissionais de áreas relevantes. Os resultados constatam que o chá Ayahuasca é inofensivo à saúde.

A pesquisa está publicada em importantes revistas científicas como: "Psycho-pharmacology", em texto assinado por J. C. Callaway (PhD), e "The Journal of Nervous and Mental Disease", em texto de Charles S. Grobb (PhD).

Este estudo se deu em Manaus e envolveu nove centros universitários e instituições de pesquisa do Brasil, Estados Unidos e Finlândia, financiados pela fundação norte-americana Botanical Dimension. A pesquisa começou a ser planejada em 1991 e aconteceu em 1993. Consistiu em aplicar testes laboratoriais e questionários, dentro dos procedimentos científicos padrões, em usuários da Ayahuasca. Eram pessoas de faixas etárias variadas, dos meios urbano e rural, freqüentadores assíduos dos cultos. Os testes foram também executados em não usuários servindo de grupo de controle.

A avaliação psiquiátrica conduzida pelo Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo, Centro de Referência da Organização Mundial da Saúde, não encontrou entre os usuários pesquisados nenhum caso de dependência, abuso ou perda social pelo uso da Ayahuasca, aspectos presentes em usuários de drogas proscritas pela legislação.

As conclusões comparativas são surpreendentes. A primeira delas, confirmando a afirmação de que o chá é inócuo do ponto de vista toxicológico: não se constatou "nenhuma diferença significante no sistema neurosensorial, circulatório, renal, respiratório, digestivo, endócrino entre os grupos experimentadores e de controle.”

Nos testes psiquiátricos, foram aplicados os recomendados pela ortodoxia científica, o CIDI (Composite International Diagnostic Interview), com os critérios do CID 10 e DSM IIIR, e o TPQ (Tridimensional Personality Questionnaire). Constatou-se que os usuários da Ayahuasca, comparativamente aos não usuários (grupo de controle) mostraram-se mais "reflexivos, resistentes, leais, estóicos, calmos, frugais, ordeiros e persistentes". E ainda: mais "confiantes, otimistas, despreocupados, desinibidos, dispostos e enérgicos". Exibiram também "alegria, hipertimia, determinação e confiança elevada em si mesmo". Os examinandos apresentaram desempenho significativamente melhor que os do grupo de controle quanto à capacidade de lembrar as palavras na quinta tentativa. Foram melhores também em "número de palavras lembradas, recordação tardia e recordação de palavras após interferência”.

Embora o protocolo de estudo não permitisse separar os benefícios atinentes ao contexto religioso dos efeitos do chá em si, esta pesquisa confirma a impressão geral – decorrente da sua utilização milenar – da inocuidade do chá. De fato não se conhece caso de lesões e doenças provocadas pelo seu uso "in natura", sem adulterações ou misturas.

fonte: www.panhuasca.org.br












FARMACOLOGIA DA AYAHUASCA

O
Mariri (Banisteriopsis Caapi):
As Beta-carbolinas (Harmina, Harmalina e Tetra-hidroharmina) são extraídas do chá do Mariri (Banisteriopsis Caapi). Isoladamente o chá do Mariri pode induzir efeitos psico-ativos indiretos, mediados pela sua atividade inibidora sobre a Monamina Oxidase e conseqüente elevação dos níveis de serotonina no organismo. O surgimento de imagens tipicamente hipnagógicas e modificações do humor e das emoções são atribuídos à elevação dos níveis de serotonina no sistema nervoso central. Os efeitos purgativos e eméticos são mediados pelo efeito da serotonina no intestino.

A Chacrona (Psicotria Viridis):
A substância N-Dimethyltryptamine (DMT) está presente nas folhas da Chacrona (Psicotria Viridis). O chá das folhas, ou as folhas, não são psico-ativas quando ingeridas isoladamente devido à rápida destruição destes alcalóides pela Monoamina Oxidase (MAO), uma enzima naturalmente presente no organismo. A estrutura da DMT, é bem semelhante à da serotonina (5-Hidroxitriptamina ou 5-HT), um importante neurotransmissor de modulação. A serotonina age naturalmente, desinibindo controles e processos reguladores no cérebro. Supõe-se que tanto o acréscimo dos níveis de serotonina (efeito do Mariri) como os da DMT afeta os neurônios serotonérgicos, promovendo uma hiper-estimulação e modulação, que desencadeia um largo espectro de efeitos como liberação de emoções reprimidas, recordações de memórias esquecidas e geração de imagens.


fonte: www.panhuasca.org.br

PODER VEGETAL
Núcleo de Vivência e Pesquisa

Ayahuasca e Biodiversidade
Arte e Filosofia
Cerimônias Ritualísticas & Oficinas
Consideramos importante contribuição em nossas pesquisas, os fundamentos definidos pela Sociedade Panteísta Ayahuasca. www.panhuasca.org.br
Agradecemos a autorização para sua reprodução, gentilmente concedida pelo seu presidente Sr. Regis Alain Barbier.

natureza personificada

“Para o indivíduo, o estado de Ser panteísta se revela na contradição mesmo da sua inscrição no fenômeno existir. De um lado (1) ele certamente se sente um indivíduo apto para escolher o seu caminho de acordo com suas prioridades e preferências, mas do outro (2) ele sabe que não criou a si mesmo, que ele se estrutura e inscreve dentro de uma linha de herança genética, no seio de processos biológicos, culturais e familiares aonde vem sendo poderosamente influenciado por modelos: o seu temperamento, caráter, os seus potenciais são em grande parte definidos por um processo além e superando o seu controle.

Despertando como Ser nesse processo, entrando em sintonia, anuindo, com esse movimento existencial, ele percebe ser um só com a cibernética generativa da natureza: o Ser é natureza personificada em ação.

Nesse processo o Ser se depara com situações duais, ambivalentes, tendências existenciais paradoxais, onde há, no ato de existir, coisas percebidas como sendo agradáveis, ou satisfatórias, e coisas desagradáveis ou insatisfatórias; supera esse sentimento enfrentando com coragem e proativamente o fenômeno existencial, abraçando a vida, reconhecendo a si mesmo como um momento criativo de um processo universal potencialmente ilimitado.

Assim escolhendo, colocar-se-á proativamente no ato de existir: passando a usufruir momento a momento da liberdade máxima do Ser: a de existir com gosto, prezando e zelando pela existência, optando por focalizar a sua atenção no processo, preenchendo esse momentum existencial da maneira que se percebe ser a mais sensata, gratificante e interessante para si e para o sistema como um todo, de acordo com o melhor entendimento disponível.”

o desenho de uma missão existencial

“Uma vez percebendo-se como Ser atuante, movido pelas próprias escolhas, historicidade e natureza, o indivíduo poderá optar e decidir inscrever com prudência e respeito mais criatividade no sistema societário no qual se encontra mergulhado – mais ainda no caso de percebê-lo no momento, no seu parecer, desequilibrado por excesso de conservadorismo; i.é. motivado excessivamente pelo lado “sustentar e manter” do comando existencial.

Assim procedendo, poderá sentir estar atuando de acordo com a sua experiência existencial, de acordo com a suas perspectivas e critérios, de acordo com o Paradoxo Existencial Fundante e duplo comando existencial (“crie e sustente”) cultivando a visão e a arte de estar em harmonia e equilibro com o sistema ao qual está integrado como Ser.”

a mão humana também é sagrada

“Assim procedendo, o individuo estará realizando o que chamo “a mão humana”, ou seja, cinco objetivos:
dois objetivos primários:
1) existir plenamente e com gosto;
2) criar;
encontrando nesses dois atos três coisas: 3) significado, 4) prazer e 5) liberdade.

Detalhando: (primeiro) existindo em harmonia; (segundo) dedicar-se a atuar, na escala existencial aonde aconteça e opera, na intenção de aportar mais criatividade, renovação e fluidez: a criar; (terceiro) procurando encontrar nos atos ponderados de existir e criar três elementos: (1) significado, (2) prazer e (3) liberdade: buscando cultivar uma existência prazerosa, criativa, significativa e livre.
(1) Significado como sentido existencial e propósito ao cultivar a visão e a arte de estar em harmonia com o equilibro do sistema;
(2) prazer como sentimentos de bem estar e satisfação: o mesmo hedonismo encontrado na prática e cultura do espírito dos filósofos da estirpe dos epicuros e
(3) liberdade como sendo um processo criativo escolhido e auto definido.

Defino esse processo motivado em busca de uma existência prazerosa, criativa, significativa e livre como sendo um modo de ser panteísta.”

a reação panteísta

“Talvez o mais sensato fosse viver sabiamente aceitando a incognoscibilidade da causa essencial; contentar-se com o sentido apenas relativo e interno das coisas; viver um projeto eco-humanista sem maior pretensão; receber as possibilidades e limites existenciais e filosóficos que nos são próprios sem tecer fantasias reativas. Não se deixar fascinar por saídas metafísicas vãs e incertas; trilhar um caminho singular mais adaptado às necessidades do momento: aproveitar o tempo da melhor maneira possível de acordo com a suas inclinações, a partir de uma intenção amistosa e de respeito ao outro e ao seu espaço. Praticar a tolerância, a ponderação, a previdência (as virtudes) para não ter de sofrer mais do que o necessário nos rebotes da historia; usufruir os bons momentos plenamente e tentar superar os maus com o auxilio dos recursos da cultura filosófica e geral. Em resumo, tentar viver com a calma e a autoridade de um espírito sábio: sábio porque conhecedor da sua ignorância essencial.”

a unidade panteísta

“O panteísmo é uma filosofia espiritualista monista: isso significa que não há no panteísmo dicotomia ou dualismo espiritual; não há, para o panteísta como nas teorias xamanistas, dois “astrais” qualitativamente opostos, um “superior” e um “inferior”; existe um único evento – a realidade – apta a ser descrita como uma interação de instancias polares integrando uma unidade.

Não havendo dualismo metafísico, o panteísta realiza que já está na sua casa espiritual no seio da natureza tal como é: ele apenas busca a evolução e aprimoramento pessoal na procura de uma vida mais harmoniosa, apenas buscando viver melhor e mais sabiamente aqui e agora onde a vida se manifesta; tentando contribuir para a construção de uma cultura mais responsável e virtuosa.

Do ponto de vista do panteísmo, cada ser humano é entendido como a peça central das suas próprias duvidas e incertezas, e compete a cada um organizar, erigir e balizar significados. Ninguém pode conhecer, cogitar, para o outro. O posicionamento de cada um frente aos ditames da cultura e das proposições do real, o direcionamento das respostas, as configurações decorrentes, isso é, a busca do individuo é própria, de cada um; é a verdade de cada um.

Essa verdade, como a vida, é flexível e mutante, evolutiva e não pode ser confinada por teorias dogmáticas; nesse movimento, cada um deve ser, e é ultimamente, através das suas próprias escolhas ou falta de escolhas, a sua própria autoridade espiritual. Uma troca de idéias, debates, explorações amistosas de temas dentro de um espírito de igualdade e compartilhamento, onde ao mesmo tempo se aprende, recebe e escuta, mas também oferece, ensina e diz; tudo isso auxilia e reforça uma evolução responsável em busca de autonomia e liberdade, de escolhas.

O Ser – cada um de nós – já é uma expressão genuína da natureza à luz de uma cultura, de uma compreensão. Não pode haver e nem há no âmbito dessa compreensão naturalista (somos natureza), eco-humanista (tudo é interdependente) e panteísta (deus é o Universo), espaço para “intermediários” entre o Ser e a Natureza sendo os dois desde de já entendidos como integrando a divindade.”

a característica panteísta

“O panteísta não busca recompensa além dos benefícios imediatos de um cogitar mais claro e de uma busca ponderada num compasso confortável: para o panteísta, o Ser só necessita ser o que já é de maneira sempre mais consciente e dentro de uma intenção sempre renovada, mais aprimorada, clara e objetiva.”

a mística panteísta
“Para o panteísta a natureza como um todo é sagrada; uma simples flor na beira de um caminho pode subitamente se destacar no verde intenso da folhagem brilhando como uma pedra preciosa, elevando o Ser. A natureza, a flor no exemplo acima, chama por valores mais sutis; aponta na direção dos bons sentimentos e humores; é de fato um milagre de esplendor.

Uma flor, um pássaro, um rosto, um gesto, uma nuvem, a natureza por inteira carrega em si uma estética especial, uma perfeição, tanto na geometria das formas quanto na harmonia das cores e tons, assim como nas relações. A relação dessa flor com a folhagem adjacente induz e faz ressoar no Ser receptivo um estado de ânimo tendente na direção dessa mesma harmonia e perfeição: ao contemplar a harmonia da natureza, por contágio e mimetismo psíquico, explode um impulso do Ser em busca de harmonia, equilíbrio, ponderação, alegria, justiça e amor.”

ayahuasca

“Dentro de uma estrutura ritualística adequada, à luz dessa filosofia eco-humanista, naturalista e panteísta, o chá psicoativo Ayahuasca facilita o reconhecimento e a apreensão (a percepção, o sentir e a criação) dessa harmonia Universal, ampliando a faculdade de se depurar essa grandeza em virtude.

Uma diversidade de iniciativas que poderá abrir espaço para a mais efetiva integração do maior número de indivíduos aos mistérios da natureza, aumentando a conectividade do Ser com o seu meio, liberando mais criatividade e responsabilidade.”


AYAHUASCA
PODER VEGETAL
Núcleo de Vivência e Pesquisa
Ayahuasca e Biodiversidade
Arte e Filosofia
Cerimônias e Oficinas

'Poder Vegetal Núcleo de Vivência e Pesquisa . Ayahuasca e Biodiversidade' propõe-se à Pesquisa (investigação, conhecimento, informação) e à Vivência( experimentação, síntese) da Ayahuasca _como agente de concentração mental expansor das capacidades cognitivas, emocionais e espirituais_ e da Natureza _ como mentora e modelo, na cultura da unicidade.

Fundamenta-se no Humanismo, buscando o despertar de condições internas libertadoras, que favoreçam a expressão autônoma do ser, de modo a que ele seja plenamente o que pode ser a partir de seu potencial interior único e exclusivo, agindo sobre o mundo de forma criativa, em harmonia e equilíbrio com o sistema ao qual está integrado como ser.

Utiliza ritualisticamente a comunhão da Ayahuasca, tendo sua prática centrada na experiência pessoal, onde as evidências são encontradas em cada um para serem processadas e sintetizadas no trabalho original (único) de cada um sobre si mesmo. Cada um é o líder espiritual que pode encontrar em si mesmo.

Utiliza em suas cerimônias o bailado, a concentração, os cantos e as chamadas de poder intuitivas, a concentração.

Promove a Arte e a Filosofia, estimulando a intuição e o sentimento tanto quanto a análise lógica, o exercício da razão e da síntese.

As atividades são desenvolvidas em Quatro Barras, Região Metropolitana de Curitiba, Paraná.
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